Uma empresa que só pensa em resultado não é uma empresa, é um ativo.
Uma empresa que só pensa no seu impacto social não é uma empresa, é uma ONG.
Não encontro caminhos mais sábios para uma liderança que não passem por um exercício de conhecer os paradoxos, contradições permanentes de caminhos que não se cruzam e exigem algum lugar entre o branco e o preto.
Recentemente, desenvolvendo um projeto com a liderança de uma organização, passei a observar um incômodo com a mudança da narrativa cultural. Uma organização que predominantemente apontava sua energia na direção do impacto social, compartilhar valor e observar o que que deixava como legado ao planeta, diante da necessidade de gerar valor ao acionista, escolhe ampliar o discurso sobre desempenho e resultado.
Abstraindo o movimento, comecei mais uma vez a tomar contato a uma realidade inexorável das organizações.
Se a energia da organização está TODA concentrada em:
Retornar capital, servir ao agente capitalista, estabelecer uma relação estritamente transacional, produtividade como métrica suprema e o único deus a ser servido é o mercado, a organização não é mais uma empresa, é um ATIVO na mão de alguém.
Se a energia da organização está TODA concentrada em:
Retornar impacto social, servir ao agente ativista, estabelecer uma relação estritamente inspiracional onde a felicidade das pessoas é tida como métrica suprema e o único deus a ser servido é o planeta, ela não é uma empresa, é uma ONG na mão de alguém.
Movimentos como B corp, Capitalismo Consciente são alguns dos que tentaram vencer o paradoxo. Há quem considere controverso, do meu lado me animo pela intenção, mobilização e desejo de sair das polaridades. É bom pra todo mundo que dê certo.
Reconhecer os polos deveria amadurecer a liderança e contribuir para encontrar posição em algum lugar que não seja os extremos e mais trabalho na direção de não perder significado, nem diminuir impacto, sabendo onde está posicionado nessa história.
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Ps: imagem sem créditos
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