Depois de um dia intenso de 04:00–23:00 dialogando sobre os desafios de seis organizações e seus times executivos, acordei na (maravilhosa) Florianópolis lendo sobre o duelo recente entre o Alexandre de Moraes e Elon Musk, por consequência STF e plataforma “X”.
Fui capturado pela entrevista do Senador Flávio Bolsonaro dialogando com Vera Magalhães no Roda Viva e a repercussão de um movimento que não agradou nenhum dos polos em qualquer conversa.
Enquanto via, lia, ouvia Vera-Flávio e suas convicções, pensava que nunca encontrei uma executiva sem opiniões bem marcadas e alguma clareza como o mundo opera. Aquelas pequenas certezas que vão se construindo na jornada que sustentam autoestima e cristalizam absurdos. Uma teimosia natural que nos ajuda a manter a guarda em pé e se proteger desse universo complexo e cheio de oscilações.
A cada teimosia, opinião bem demarcada, ocupação de espaço com o que se pensa, amplitude de mensagens sendo distribuídas e maior exigência de interpretação para quem a recebe.
Vale para Alexandre Moraes quando fala sobre o que pensa em um tema, mas carrega a instituição STF.
Vale para uma executiva que fala sobre o que pensa em um tema, mas carrega a instituição Comitê Executivo.
Vale para Elon Musk que fala o que pensa em um tema, mas carrega a instituição Elon (porque nesse caso, sempre sinto que a instituição é ele mesmo, não importa a empresa).
O paradoxo da voz individual e da voz institucional é que, se de um lado as pessoas clamam por autenticidade de estar dialogando com um ser humano e suas convicções, no outro polo pedem por direção, clareza, da comunicação formalizada institucionalmente.
Se o Vice-Presidente de Vendas diz (mesmo sem falar) na convenção que a atenção é 10% no EBTDA e 90% no crescimento e a CFO na semana seguinte diz aos investidores que é 100% da atenção ao EBTDA, a polifonia está instaurada e o foco está disperso. Acontece sempre. Sempre.
Fico me perguntando de onde vem nossa exigência de se colocar no mundo como opinião individual e como é difícil conter a força desse discurso em um mundo que pede opinião sobe tudo em todo tempo enquanto aguarda uma definição institucional.
Uma liderança que silencia a si perde autenticidade. Uma liderança que silencia a instituição perde a força coletiva.
Que a nossa liderança nunca fale sozinha.
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Imagem gerada pelo Sebastião, robô que trabalha lá em casa.-
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