No mito grego, Ícaro recebeu conselhos de Dédalo, seu experiente e engenhoso pai, logo na saída do labirinto de Creta.
“Alto demais, o sol derreterá suas asas, baixo demais, vai se chocar com as ondas do mar Egeu”
A sabedoria grega revelou o principio universal sobre o caminho do meio. Para nós, no mundo corporativo, a sabedoria de transitar nos paradoxos.
Uma liderança na cultura é o símile grego:
Alto demais na instituição de si mesmo, nos próprios valores e convicções individuais: jornada de arrogância, baixa absorção da tradição da organização, empatia com os comportamentos, frustração com as prioridades do conselho, resignação das agendas decisórias e confronto.
Baixo demais na representação organizacional: atuação insossa e irrefletida, vício nos velhos hábitos, vaidade travestida de essência, baixa abertura, envelhecimento precoce, uma massa de comportamentos sem diferenciação de si e da instituição.
Ontem, enquanto refletia esse princípio com um grupo de quase cem lideres na linda BH, sentia um desconforto que amadurece.
Queremos as fórmulas prontas, os trade offs, quebra cabeças que as peças encaixam, dilemas com resoluções simplistas e replicamos essa necessidade para o comportamento organizacional.
Não é assim na cultura desde Hofstede, Schein, Strauss. Conviver com essa tensão (si<>cultura) e sustentar narrativas que mobilizem outros já vem no descritivo simbólico da condição de liderança.
Dédalo convidou o filho ao amadurecimento, Ícaro, escolheu a si e derreteu as asas.
Cada qual que olhe para as suas e a condição da cera que a sustenta.
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